segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Ex-Univale debatem demissões!

A Universidade do Vale do Rio Doce (Univale) demitiu 99 funcionários, 17 deles são professores, o motivo foi o endividamento da fundação, que já chega a R$ 58 milhões.

Haruf Salmen, era professor e coordenador do curso de História e estava na universidade há 25 anos.

"Recebi por telefone que eu havia sido demitido sem justa causa. Me preocupei se outros professores também haviam perdido o emprego. Pensei no esforço de 20 anos para se chegar ao que conquistamos e nos alunos que estão cursando o mestrado".

Ele ainda disse que há dificuldades para garantir que professores doutores ficassem na Univale. A maioria deles permanecia apenas por um ano.

A coordenadora curso de Jornalismo, Nagel Medeiros, também foi demitida. Ela foi aluna da primeira turma do curso. É professora há 10 anos e coordenadora há cinco. Ela ainda afirma que a demissão ocorreu no meio do semestre de um ano complicado, com paralisações e um calendário apertado.

“Recebi a confirmação do desligamento de forma abrupta, com muita preocupação e tristeza. A demissão foi sumária, o que significa que tudo ficou para trás: o planejamento das disciplinas, o conteúdo, as avaliações dos alunos. Imagina que tenho comigo até prova corrigida para entregar e notas a serem lançadas", diz a ex-professora.

Em meio a esses desligamentos, o período letivo continua, a universidade já passou por uma greve no meio do ano e está repondo as aulas. A previsão é que os alunos fiquem estudando até dia 20 de dezembro.

O estudante do terceiro período de Engenharia Civil, Vagner Oliveira, que não teve nenhum dos professores demitidos. Ele avalia a situação em que os funcionários demitidos estão.

“Acho uma falta de respeito da parte da instituição para com os alunos. Mas tenho a consciência que trabalhar sem receber é inaceitável. Tenho esperança que essa situação se resolva, mas sei que vai ser difícil a instituição quitar as dívidas em um curto espaço de tempo. A maioria dos meus colegas de sala estão com medo de continuar na faculdade no próximo período”, diz o estudante.

Posição da Univale


Em entrevista coletiva, na última quinta-feira (01), quando as demissões foram divulgadas, opresidente do Conselho Diretor da Fundação Percival Farquhar (FPF), Francisco Sérgio Silvestre, comentou sobre as demissões.

"Cortamos aqueles que tinham os maiores salários. Isso não teve nada relacionado com a greve que ocorreu, inclusive, professores que não aderiram a greve foram demitidos. Para que se tenha uma ideia, há um curso que gera 15 mil reais de receita e apenas um professor do curso ganhava 19 mil reais”, afirma Silvestre.

O diretor executivo da FPF, Sandro Lúcio Fonseca, disse que o edital para o vetsibular do ano que vem já foi lançado.

"Continuaremos com os 25 cursos de graduação que oferecemos atualmente. Nosso objetivo é expandir a Univale, criando polos em outras cidades e aumentando o número de alunos que é hoje é de 4.570 estudantes matriculados", explica Sandro Lúcio.

FONTE: G1

 

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